Por que Joana não é o Batman?

david f. mendes
5 min readOct 4, 2021

Como uma personagem pode se tornar uma franquia? Joana foi vivida por duas atrizes (Christiana Ubach e Maria Casadevall), dirigida por 7 diretores (João Daniel Tikhomiroff, Julia Jordão, Carolina Fioratti, Marcelo Cordeiro, Rodrigo Diaz Diaz, Claudia Alves e Luís Pinheiro), em 52 episódios e um longa-metragem, em mais de 30 horas de produtos audiovisuais, e ainda assim é a mesma personagem, nunca perde sua essência. Como isso isso acontece?

Joana nasceu em 2008, quando eu criei um projeto de série chamado A Vida em Duas Rodas. Já estava lá a protagonista sozinha no mundo perigoso e masculino dos motoboys, nas ruas de São Paulo, lutando por seu filho. Ali estava o DNA da personagem: seu temperamento, seus valores. O ambiente da série, seu tom e gênero, se transformaram até ela efetivamente acontecer com o título de A Garota da Moto, que estreou em 2016. A atmosfera é outra no longa, Garota da Moto, lançado este ano. Mas a Joana é a mesma.

Em 2012, a Mixer produziu um promo de 4 minutos para o projeto que eu tinha criado quatro anos antes. Para quem não sabe, um promo é uma espécie de trailer, só que para um filme ou série que ainda não existe. Esse promo, dirigido por Luís Pinheiro, nada mais era que uma colagem de cenas de uma moto em velocidade pelas ruas de São Paulo, que fechava com a revelação de que quem pilotava a moto era uma mulher, e uma frase de efeito…

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david f. mendes

Autor-roteirista, showrunner, professor de roteiro, escritor. Nós, A Garota da Moto, Corações Sujos, Um Romance de Geração, O Herói Insone.